“Graus” de Autismo: Quais São e o que Cada um Significa

Em primeiro lugar. vamos abordar essa questão em termos de “Nível de Suporte” ao invés de “Grau”. Esta mudança reflete uma abordagem mais atualizada e alinhada com as diretrizes do DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª edição) e do CID-11 (Classificação Internacional de Doenças – 11ª edição).

Atualmente, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é classificado em três níveis de suporte, que são determinados com base no grau de comprometimento das habilidades psicossociais e da autonomia de um indivíduo. Essa mudança na terminologia visa promover uma compreensão mais precisa e holística das necessidades individuais das pessoas com autismo.

Antes dessa atualização, usávamos o termo “Grau do Autismo” como uma classificação para descrever o nível de necessidade de suporte e assistência de uma pessoa com TEA. Esses graus eram frequentemente divididos em leve, moderado e grave, indicando a intensidade dos sintomas e a capacidade de funcionar de forma independente. No entanto, reconhecemos que essa terminologia pode ser limitante e não capturar adequadamente a diversidade e a singularidade de cada indivíduo com autismo.

Dessa forma, prefere-se utilizar os “Níveis de Suporte” para descrever a experiência de uma pessoa com TEA. Esses níveis são uma ferramenta mais flexível e sensível, que leva em consideração não apenas os sintomas, mas também as necessidades individuais em áreas como comunicação, interação social e comportamento.

Esses níveis ajudam a entender a extensão dos desafios que uma pessoa com autismo pode enfrentar em suas habilidades de comunicação, interação social e comportamento. Geralmente, os níveis variam de suporte 1 até o suporte 3, indicando diferentes níveis de intensidade dos sintomas e a capacidade de funcionar de forma independente. É importante notar que cada indivíduo com autismo é único, e esses níveis são apenas uma ferramenta de categorização para orientar o planejamento de tratamentos e suportes adequados a cada pessoa.

Mas antes: o que é o autismo, ou Transtorno do Espectro Autista?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica complexa que afeta a comunicação, interação social e comportamentos repetitivos. Caracterizado por uma ampla gama de sintomas e níveis de gravidade, o TEA possui diferentes graus que são determinados de acordo com a intensidade e o impacto das características autistas na vida diária de uma pessoa. Neste artigo, exploraremos os diferentes Níveis de suporte do autismo e forneceremos exemplos de comportamentos associados a cada um deles.

Suporte Nível 1 1 – É o Autismo mais Leve (necessita de menos suporte)

Indivíduos com o nível 1 de autismo, também conhecido como autismo leve, apresentam desafios em suas habilidades sociais, porém, de forma menos acentuada do que em níveis mais elevados. Eles podem ter dificuldades em entender as pistas sociais e em iniciar ou manter conversas. Além disso, podem demonstrar interesse restrito em determinados tópicos e serem sensíveis a estímulos sensoriais, como luzes brilhantes ou barulhos altos.

Exemplo de comportamento: João, um adolescente com autismo leve, é apaixonado por trens e pode falar detalhadamente sobre eles por horas a fio. Ele tem um pequeno grupo de amigos, mas frequentemente se sente excluído em situações sociais mais complexas, como festas ou eventos com muitas pessoas.

Suporte Nível 2 – É o Autismo mais Moderado (necessita de suporte)

Indivíduos com autismo moderado, ou Nível 2, enfrentam desafios mais significativos na comunicação e interação social do que aqueles com autismo leve. Eles podem ter dificuldades em entender emoções e expressões faciais e podem apresentar comportamentos repetitivos mais pronunciados. Além disso, podem precisar de apoio adicional em sua rotina diária.

Exemplo de comportamento: Maria, uma criança com autismo moderado, tem dificuldade em manter contato visual durante as interações e raramente responde quando alguém chama seu nome. Ela prefere brincar sozinha e pode mostrar comportamentos repetitivos, como bater palmas repetidamente ou balançar o corpo quando está animada ou ansiosa.

Suporte Nível 3 – É o Autismo mais Grave (necessita de maior suporte)

O autismo grave, também conhecido como Nível 3, é o nível mais alto de TEA. Indivíduos com esse grau apresentam sérias dificuldades na comunicação verbal e não verbal, bem como na interação social. Eles podem ser não-verbais ou ter uma fala muito limitada. Além disso, os comportamentos repetitivos podem ser intensos, e mudanças na rotina podem ser extremamente desafiadoras.

Exemplo de comportamento: Carlos, um jovem com autismo grave, não fala e se comunica principalmente através de gestos e expressões faciais. Ele precisa de apoio constante para as atividades diárias, como se vestir ou tomar banho. Ele fica angustiado com qualquer alteração em sua rotina, o que pode levar a episódios de choro ou agitação.

Conclusão

É essencial compreender que o TEA é um espectro, e cada indivíduo é único em suas características e desafios. Os diferentes níveis de autismo representam uma ampla gama de habilidades sociais e comportamentos, mas cada pessoa merece ser tratada com compreensão, empatia e respeito. Com o apoio adequado da família, educadores e profissionais de saúde, pessoas com TEA podem desenvolver suas habilidades e alcançar seu potencial máximo, contribuindo significativamente para a sociedade.

Se você ou alguém próximo está enfrentando desafios relacionados ao autismo, é fundamental buscar orientação e suporte de especialistas para promover um ambiente acolhedor e inclusivo, garantindo a qualidade de vida e o bem-estar de todos os indivíduos no espectro autista.

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